As duas principais barreiras do open banking no Brasil

As duas principais barreiras do open banking no Brasil 

As duas principais barreiras do open banking no Brasil

Por Lorain Pazzetto* 

A implantação do sistema financeiro aberto brasileiro, depois de um adiamento causado pela pandemia, já está em pleno andamento. No entanto, nem tudo são flores nesse processo. Existem duas principais barreiras na implementação do open banking – não só no Brasil como em qualquer lugar do mundo. A primeira delas é a viabilidade tecnológica, devido à intensa adequação na estrutura dos dados necessária às grandes instituições. A segunda é humana: as pessoas precisam confiar na segurança aplicada ao tráfego de seus dados entre empresas. 

Quanto à tecnologia, as empresas que precisam adequar seus dados à estrutura exigida pelas APIs (softwares que permitem a comunicação entre duas aplicações) podem contar com consultorias que se prepararam para suprir essa demanda junto a elas, principalmente no que tange à conformidade com a regulação. Outro desafio dentro da adequação tecnológica diz respeito ao cumprimento dos prazos estabelecidos pelo Banco Central. Em fevereiro deste ano, as informações a serem compartilhadas dizem respeito aos dados armazenados em canais de atendimento e as características de produtos e serviços bancários oferecidos.  

Da segunda fase em diante, que ocorrerá até o dia 15 de julho deste ano, acontecerá o principal ponto de virada do processo: os clientes poderão solicitar às instituições bancárias com as quais têm relacionamento ou autorizá-las a compartilhar informações sobre transações em conta corrente, cartões de crédito ou contratações de crédito. É justamente aqui que mais entra o fator humano para o sucesso do sistema financeiro aberto brasileiro. 

Quando falamos em pessoas e finanças, a chave para o sucesso será a confiança na tecnologia empregada no open banking e na idoneidade do processo. Portanto, será importante sobretudo divulgar, nos meios a que a maioria das pessoas têm acesso, como esse novo modelo funciona. Assim, um ponto fundamental é destacar o fato de que os dados só serão compartilhados mediante o consentimento do cliente, para fins específicos e por prazo determinado, com a possibilidade de cancelar a autorização a qualquer momento. 

Feita essa comunicação direta com as pessoas para que elas entendam do que se trata o modelo, será o momento de ressaltar os benefícios trazidos por essa troca de informações: mais facilidade nos meios de pagamento, maior acesso ao crédito, novos aplicativos que proverão comparações e projeções financeiras personalizadas, entre outras possibilidades. 

Portanto, ao mesmo tempo que as empresas têm um desafio de implementação tecnológica, seguindo as determinações do regulador quanto à estrutura dos dados e aos prazos, elas também deverão comunicar muito bem aos seus clientes todos os passos que os dados deles percorrerão entre as empresas. Agora, é importante contar com parceiros especializados nessas jornadas para que o open banking seja implantado com tranquilidade e trazendo mais clareza e segurança na decisão de seus clientes. 

 

*Lorain Pazzetto é Head Open Banking Technology no Grupo FCamara voltado à criação de soluções tecnológicas para empresas do setor financeiro – e-mail: fcamara@nbpress.com 

 

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