Afrocidade transporta a catarse de seus shows para o EP "Afrocidade na Pista"

Crédito: Iury Taillan Crédito: Iury Taillan

Afrocidade transporta a catarse de seus shows para o EP "Afrocidade na Pista"

Reverberando influências da “África atual e outras Áfricas possíveis” e desconstruindo cada vez mais a visão norte-americana do fazer musical, o grupo Afrocidade, criado em Camaçari, na Bahia, mostra que, se para alguns “música faz as pessoas se unirem”, como cravou Madonna em sua “Music” no início do século, no processo criativo deles o caminho é inverso: é a coletividade dos integrantes e a folia e a euforia dos encontros entre banda e o público que dão forma à sonoridade. Compilando a catarse das saudosas aglomerações de seus shows, o conjunto registra fielmente a energia dos palcos no novo EP Afrocidade Na Pista e, em quatro faixas, passeia por referências percussivas, que vão de Timbalada a Fela Kuti (ouça aqui).

“As experiências ao vivo são um alicerce muito forte pra gente. É onde desenvolvemos nossa construção artística e trocamos energia com o público”, conta o vocalista MCDO (Macedo), membro da banda ao lado de Eric Mazzone (bateria e direção musical), Rafael Lima (percussão), Fernanda Maia (percussão), Marley Lima (baixo), Sulivan Nunes (teclado) e Fal Silva (Guitarra). Para recriar essa troca de "alegria e sorrisos, dança, pulos e suor" durante a pandemia do novo coronavírus, os artistas baianos - inicialmente isolados uns dos outros - conseguiram se reunir de forma segura e reproduzir um show para darem início à concepção do EP com os sentimentos das apresentações ao vivo bem gravadas no corpo. 

“Foi uma pré-produção da pré-produção. Pegamos a essência do ao vivo pra poder entrar no estúdio já em um processo energético”, explica MCDO. "Foi uma etapa muito importante, porque nós não tínhamos nenhum registro ao vivo de show mesmo. Então tiramos esse tempo pra nos ouvirmos e, a partir dessas audições, construir a parte imagética, os arranjos e tudo mais", completa Fernanda sobre a dedicação do septeto que já conquistou palcos importantes, como o do Coala Festival, da Virada Cultural de São Paulo, além de apresentações em cidades como Londres e Liverpool, na Inglaterra. 

Com três músicas já conhecidas pelo público, a tracklist equilibra identidade e originalidade. Os hits "Que Swing É Esse", "Baby Te Liguei" e "Eu Vou no Gueto" ganham nova roupagem, mas eles destacam: sem perder a essência.  "Em 'Eu Vou no Gueto', por exemplo, sempre pensamos sobre colocar mais uma linha de harmonia. Aí o Marley mostrou uma música de Fantasmão como referência e decidimos ir em frente. Acabamos vendo que era isso que faltava pra música", conclui o vocalista. A inédita "Tô Pra Onda" completa Afrocidade Na Pista.

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Michelle Marie