Entrevista com Mara Mac

Mara Mac

Entrevista com Mara Mac

 

“NÃO QUERO DESMERECER A MODA, MAS TEMOS QUE PRESERVAR A NATUREZA” PINGUE PONGUE/MARA MACDOWELL

Mara MacDowell esteve em Salvador para criar uma interação com o público da sua grife Mara Mac, primeira aberta no Nordeste. Durante o coquetel na loja do Salvador Shopping, a estilista carioca falou sobre o Verão da marca, dando umas pinceladas no Inverno, mas com uma preocupação maior: o cuidado com o meio ambiente.

PM - A imprensa à chama de Chanel carioca. Até que ponto essa referência não atrapalha na construção de uma identidade própria? 
MARA MACDOWELL – Eu não sou a Chanel carioca, é o que dizem. A minha identidade é o estilo que eu tenho que as pessoas acham sofisticado, chique como era a Chanel. Por isso se dá a comparação. Mas o estilo é meu próprio.

PM – A sua atual coleção tem uma leitura tecnológica. Quais foram os recursos utilizados para a criação da mesma? 
M.M – Entramos na estação com tecnologia e eu estou tendendo para a ecologia. São tecidos com memória, com fio de aço, é um tipo de tecido que você dá o toque e ele fica como você modelou. A estamparia é digital. As bolsas têm materiais como o naylon de polioretano. Esse ano estamos voltando o olhar para o ambiente. Temos que procurar soluções para uma melhoria no planeta. Por isso fizemos a “Eco Bag”, uma bolsa de algodão natural, servindo para diminuir o uso da sacola plástica. Na estamparia estamos utilizando menos produtos químicos, além do uso de produtos naturais. Não quero desmerecer a moda, mas temos que preservar a natureza. É importante achar novos caminhos, e nem por isso a moda vai ficar menos sofisticada.

PM – O seu desfile Outono/Inverno acontece 8 de janeiro no Fashion Rio. Poderia nos contar o que vem por ai? 
M.M – Nos já estamos trabalhando a coleção de Inverno para o desfile no Fashion Rio, que tem como tema “A mente e seus devaneios”. Quem assina a nossa produção é Bia Lessa, diretora teatral. A partir dessa temática vamos explorar muita coisa. O que posso dizer é que vai ser lindo.

PM – A Mara Mac de Salvador foi a primeira loja aberta no Nordeste. A coleção veio completa ou existiu um trabalho de pesquisa para selecionar as peças compatíveis com o perfil do consumidor baiano? 
M.M – Completa. Mas evidentemente vamos fazer uma experiência para saber se há alguma solicitação, se existe um outro perfil de público. A partir desse experimento começamos diferenciar pelos produtos. O que não significa fazer coisas diferentes, eu posso mandar produtos que mais combinem com o perfil do baiano.

PM – A Mariazinha transformou-se em Mara Mac. Relate esse processo de mudança?
M.M – A mudança aconteceu porque eu realmente estou sozinha na empresa. Como a sociedade acabou, resolvi alterar a grife para o meu nome. Achei que seria uma boa estratégia. Um novo caminho.

PM –Jornalismo é a sua formação. Como migrou para o mundo da moda? 
MM - Eu sempre gostei de moda. Migrei porque uma amiga abriu uma loja, onde fui convidada para trabalhar. A segunda etapa foi a magazine Mesbla, na qual era compradora e fiquei dois anos. Logo depois veio a Mariazinha. Quando transformei o nome em Mara Mac, mudei a política investindo em uma expansão de shoppings centers, já que até então as lojas eram só de rua.

PM – Existe alguma pretensão de investir em uma carreira internacional? 
M.M – Eu tenho pretensão de exportar. O que eu desejo inicialmente é chegar em quinze lojas no Brasil, que é o meu ponto de equilíbrio, hoje tenho treze. Depois que eu conseguir atingir essa meta, vou direcionar meus esforços para a exportação. Pois não dá para coordenar tudo ao mesmo tempo.

Por Paula Magalhães

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