Perfil intelectual de Sérgio Mattos!

Sérgio Mattos

Perfil intelectual de Sérgio Mattos!

Com o objetivo de ilustrar os novos caminhos da comunicação, o site www.michellemarie.com.br fez uma entrevista exclusiva com Sérgio Mattos, jornalista premiado na categoria Maturidade Acadêmica no Prêmio Luiz Beltrão, edição 2002. Doutor em Comunicação pela Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos (1982), desde a década de 70 Mattos tem realizado pesquisas sobre o desenvolvimento dos meios de comunicação de massa no Brasil. Autor de inúmeros trabalhos acadêmicos escreveu dezenas de artigos, capítulos de livros e livros acadêmicos e literários publicados tanto no Brasil quanto no exterior. Como compositor/letrista possui quatro CDs individuais gravados em parcerias com diversos músicos e interpretes. Confira detalhes na entrevista a baixo.

 

M.M - O que representa o ideal para você?

S.M - Ideal é sempre uma coisa utópica. A gente persegue o que é melhor, bucando realizar as coisas da melhor maneira possível. Acho que temos que tentar fazer as coisas que a gente faz da melhor maneira possível. No meu caso, só faço o que eu gosto de fazer, o que não gosto eu não faço.

M.M – Como surgiu seu interesse pela carreira acadêmica?

S.M - Surgiu quando eu ainda era estudante de graduação, quando produzi meus trabalhos de pesquisa, sob orientação de meus professores. A partir daí fui embora...

M.M - Como você enxerga essa nova geração de jornalistas?

S.M- O jornalismo continua com os mesmos princípios básicos de sempre. Você tem que apurar bem, checar as informações, atuar com muita ética e transmitir as informações da maneira mais simples possível para que todo mundo possa entender claramente a mensagem que você está transmitindo sem subterfúgios e sem duplo sentido.

M.M - como que você se sente ao longo desses anos de experiência?

S.M- Analisando meus trabalhos, sinto que tenho produzido bastante, mas que ainda falta um grande caminho a percorrer, pois a minha expectativa pessoal é a de produzir uma obra de grande valor. Já produzi 38 livros, entre titulos academicos e literários, mas tenho a sensação de que poderia ter produzido muito mais, perdi muito tempo. Poderia ter sido muito mais produtivo. Eu ainda não escrevi minha grande obra, aquela que que será reconhecida como tal. Todos os anos eu tento publicar uma coisa , me manter produtivo, mas ainda não consegui alcançar o mérito de ter uma grande obra reconhecida por todos .

M.M - Existe alguma linha de pensamento que foi modificada? Qual e por quê?

S.M- Eu continuo pensando da mesma forma e me surpreendo quando vejo algo que escrevi há 40 anos, constatando o quanto eu tenho sido coerente em relação ao que penso ao longo dos anos. Mas dizem que só não muda de opinião, quem não tem opinião...

M.M - Como o senhor se sente com os títulos e prêmios conquistados?

S.M- Da maneira mais simples possível, porque isso vem com o tempo. Se você fez, plantou, ao chegar a época da colheita, o reconhecimento vem naturalmente. As vezes você é quem cria expectativas de conseguir coisas maiores e não consegue. O problema é que o ser humano nunca está satisfeito com o que tem ou com o que fez, enquanto outros não produziram nada nem possuem nada. Quer dizer, você pode chegar a um determinado patamar e mesmo assim ainda não se sente satisfeito ,querendo mais, mais e mais.

M.M - Qual foi o desafio mais interessante?

S.M - Eu acho que toda obra que eu faço é um novo desafo. Todo livro que começo a elaborar é um novo desafio. Então, quando ele fica pronto, morre a expectativa, aí acaba aquela ansiedade e você começa outra ansiedade, a eleborar um novo projeto que se transforme num produto palpável.

M.M - Qual a atividade profissional que mais lhe dá prazer?

S.M – Fazer e participar do processo jornalístico e dar aulas. Eu gosto de ministrar aulas, de transmitir o pouco que sei.

M.M - Se tivesse que escolher outra profissão que não fosse jornalismo, qual seria?

S.M - Nunca pensei nisso, pensei em ser escritor e mais nada. Meu sonho é o de parar de trabalhar para os outros e dedicar todo o meu tempo ao processo de criação: viver para escrever.

M.M - O que costuma fazer nos momentos de lazer?

S.M - Escrever e assistir filmes antigos na televisão , em vídeo/CD ou nas salas de exibição mesmo.

M.M - O que deixa o senhor mais indignado no que se refere à questão profissional?

S.M - A falta de ética que está havendo entre os profissionais, a falta de compromisso dos jornalistas e a falta de respeito tanto para com o público como para com a empresa e colegas.

M.M - Como o senhor enxerga a convergência de mídia?

S.M - Isso é fruto do próprio avanço tecnológico. Daqui a dois ou três anos os jornalistas vão trabalhar com todos os equipamentos tecnológicos que estão surgindo. É bom que se diga que isso já está acontecendo em alguns veiculos. Os repórteres que trabalham hoje no jornal A Tarde já fazem textos para o jornal, para o rádio, para a revista, para o site e para a agência de notícias do Grupo A Tarde. Então, entenda-se, se o jornalista trabalhar numa empresa de mídia, num conglomerado de mídia, ele passa a ser um funcionário de todos os veiculos do conglomerado. Você trabalha para todos. Futuramente devido aos avanços da tecnologia,será possível que o repórter produza um unico texto e os programas vão adaptá-lo para cada tipo de mídia do conglomerado.

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Michelle Marie