Um destaque cultural da Bahia!

Jussilene Santana

Um destaque cultural da Bahia!

Não é de hoje que a atriz e jornalista Jussilene Santana vem se destacando no cenário cultural da Bahia. Em 2004 ela foi indicada ao Prêmio Braskem como melhor atriz coadjuvante, em seguida, em 2005 ela foi contemplada com o Prêmio Braskem como melhor atriz pelo seu desempenho no espetáculo Budro. Além de atuar nos palcos ela é Professora e Mestre em Artes Cênicas e atualmente está fazendo doutorado na UFBA. Com o jornalismo ela também ganhou prêmios pela sua competência e teve a oportunidade de trabalhar em jornais de grande circulação, foi repórter de Tv e escreveu um livro recentemente, o qual é intitulado “Impressões Modernas – Teatro e Jornalismo na Bahia”. Para compreender as facetas da artista/jornalista o Michelle Marie fez uma entrevista pra lá de interessante. Confiram!

 

Michelle Marie -Em primeiro gostariam de saber como é possível administrar tantas atividades com tanto profissionalismo e perfeição?

 

Jussilene Santana - Bom, perfeição é por sua conta...E nem sei se perfeição deve ser um objetivo. Mas, sim, sempre quis ser profissional da arte e da cultura aqui na Bahia, no que a definição tem de melhor: alguém que abraça uma profissão e maneja suas técnicas com maestria. Quando iniciei no teatro e no jornalismo, há 14 anos, tinha muitos mestres como modelo: a atriz Yumara Rodrigues, os diretores Martim Gonçalves e Ewald Hackler, os jornalistas Alberto Dines e Andre Setaro, enfim, só para ficar em nomes mais próximos a nós. Com o tempo, e com a ajuda integral da família, descobri como uma atividade poderia fortalecer as demais e o cotidiano foi ficando mais simples. Daí, é só manter o foco. E trabalhar muito.

M.M - O que significa ser referência para o teatro baiano, o jornalismo e academia?

J.S - Mas eu não sei se sou referência em coisa alguma... As outras pessoas é que podem responder isto! Por outro lado, sempre pautei minhas escolhas profissionais com muita responsabilidade, pensando na qualidade do que levava para meu público, meus leitores e alunos. Aprendi muito cedo a dizer não. Como expectadora e leitora, o que mais me interessa são as produções feitas com sensibilidade e inteligência. Só tento devolver o que recebo.

M.M -Como era a sua relação com o teatro durante a infância e adolescência?

J.S - Nesta fase, praticamente nenhuma. Claro que fiz peças de teatro na escola, na rua e na igreja, mas nenhuma delas tinha compromisso com a excelência, sendo mais um gostoso hobby. Só fui conhecer o teatro profissional quando conheci as produções da Escola de Teatro da Ufba, nos anos 1990. E aos poucos fui assistindo outras peças do circuito e acompanhando a cena e seus artistas.

M.M -Você acha que o jornalismo precisa investir mais em cultura na Bahia?

J.S - O jornalismo precisa de muito investimento. De profissionais capacitados, de aumento do número de reportagens e análises, de mais concorrência! Claro, não só na cobertura cultural...Mas, sabemos, o jornalismo impresso atravessa uma crise. Os jornais existentes estão fechando ou passando por grandes reformulações, frente à multiplicidade de sites e blogs informativos, que, na maioria das vezes, trabalham com mão-de-obra não remunerada.

M.M -O que você espera do seu novo espetáculo na pele de Joana d'Arc?

J.S - Ultimamente venho me interessando muito pelo tema "quem somos nós". Sobre como é possível entrar num grupo e batalhar por ele, não apenas agindo em nome próprio, mas de uma coletividade...Isto está cada vez mais complicado, não é verdade? Temos inúmeras reivindicações a fazer aos governos, às instituições, mas quando nos unimos uns aos outros para prosseguir numa "luta" por melhorias, tudo desanda... Espero colocar estas inquietações no espetáculo, afinal, Joana d'arc, é uma metáfora desta luta.

M.M -Por favor descreva um pouco de você relacionada a cada item a baixo:

Família... Minha família compreende que minha vida é trabalho e me apóia em tudo que faço. Atriz...A grande forma de comunicação.

Jornalista...Um prazer absoluto em provocar novas cabeças.

Professora...Um momento de troca e de aprendizado de mão-dupla.

Doutoranda...A necessidade de lançar foco sobre a obra de um grande nome do Teatro na Bahia: Martim Gonçalves

Escritora...Uma outra maneira de divulgar minhas descobertas

Veja também

Michelle Marie