Barrada no baile!

Publicado na 6º edição Jornal Michelle Marie.

Barrada no baile!

 

O mundo dos interesses está destruindo valores, tradições e princípios essenciais à dignidade das nossas relações em sociedade. É impressionante a forma como seres humanos faltam com respeito aos sentimentos dos próprios semelhantes. A verdade é que em nome do poder, do jogo de interesses, das aparências, a nossa sociedade, considerada “classe A”, desconsidera, destrata, maltrata, aquela velha amizade, aquele amigo de sempre... Semana passada, deparei-me com uma situação triste que me incomodou, e porque não afirmar, me chocou... Não vou citar nomes por uma questão de respeito, e, por acreditar que não precisamos denunciar ninguém para mudar o mundo.

 

Fiquei chocada! lembrei-me do passado, das festas patrocinadas pelo casal e das pessoas que as freqüentavam. Mais uma vez fico perplexa diante da falta de humanidade de uma sociedade na qual eu, sinceramente, não cresci. Que ser humano é esse? Estou cansada de ver pessoas sendo paparicadas pelo valor de sua conta bancária, pessoas essas às vezes sem nenhum escrúpulo. E aí fico pensando: o ser humano está em franca decadência.

Nada pior do que ser “barrada no baile”. É feio, constrangedor... Sem dó nem piedade, pessoas são banidas dos eventos e até mesmos das festas familiares das quais um dia participaram como amigas dos anfitriões e vice versa. É triste... Cadê a consideração, o respeito pelos sentimentos daquela pessoa por quem um dia já demonstramos ter afeição? Já dizia o Pequeno Príncipe: “somos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos... Não tenho a capacidade de mudar as pessoas, mas, através deste meu pequeno espaço posso alertar e chamar à atenção para este tipo de comportamento, a meu ver, desumano. Ao menos, deixo registrado aos meus netos a minha convicção em não calar diante de atitudes deploráveis, no mínino, deselegantes, praticadas em nome de interesses escusos.

Quando a falta do convite é por mero esquecimento, menos mal... Sempre há tempo para se desculpar. Caso contrário, deixo aqui neste editorial o meu conselho: mais importante que exigir traje passeio, é rever os seus conceitos.

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Michelle Marie